sexta-feira, 29 de outubro de 2010

A MULHER NOVA - Sociedades matriarcais - patriarcais - Supressão disparidades sociais - Todas as sociedades humanas se consideram "as eleitas" - Criacionista - O Homem novo - Kali - Negra - Naturalismo - Civilização grega em bases matriarcais - Deusa-Mãe - Cultura micênica - por Raul Longo.



A MULHER NOVA
                                               Raul Longo

“Trocaram o logos da posteridade
pelo logo da prosperidade”
Gilberto Gil

“De tanta Estela,
estrela de amor”
Dorival Caimy


Já no início do século passado, Emma Goldman militava pelo Homem Novo. 5 décadas depois: Ernesto Che Guevara. Sabiam que as sociedades não se transformam apenas pela transição ideológica de seus governos.
Essencial a promoção da igualdade de direitos, a supressão das disparidades sociais, a extinção da subserviência humana. Mas por mais sinceras que sejam as intenções e maiores os esforços de políticos e revolucionários, tais conquistas somente deixarão de ser momentâneas se assumidas como compromisso pela maioria dos integrantes de uma sociedade.

Salvo pela pregação de antigos profetas, tidos como homens-santos, não há memória de que alguma vez os indivíduos das sociedades humanas tenham sido educados para encarar ao outro como igual. Pelo contrário, todas as comunidades e grupos humanos do planeta sempre se consideram os eleitos, os escolhidos. Descendentes diretos ou indiretos do homem e da mulher da crença criacionista de seu grupo.

O conceito criacionista, quando fundamentado no matriarcado, não foi mais tolerante aos demais grupos de outros genes, do que aqueles que tinham como criador uma imagem à semelhança de um macho da espécie humana. Sabe-se de culturas matriarcais de extrema xenofobia como, apenas para citar um exemplo, o da deusa Kali, representada com um colar de crânios e uma saia de braços decepados.

No entanto, apesar dessa simbologia à implacabilidade da morte, Kali era também considerada como essência e fonte de existência de todos os seres. Há de se notar que, do sânscrito, a palavra se traduz por Negra, numa sugestão a origens de genes não indianos, mas sim do éden reconhecido pelas concepções evolucionistas: a África.

Como Kali, ao naturalismo se relacionam os supremos arquétipos femininos da criação de todas as civilizações que as adotaram. Assim ocorreu com a primeira civilização européia a desenvolver um sistema linear de escrita, produção de expressão intelectual, relações comerciais (através da navegação) e intercâmbio cultural com povos vizinhos da África e do Mar Egeu: a Minóica.

Vestígios e rastros da influência cultural desta civilização da era do cobre são encontrados em todas as demais entre o continente africano e o oriente, estendendo-se ao norte pela Europa. Mas só foram descobertos por Arthur Evans em 1900, sendo até então considerada mais uma mitologia da genialidade de Homero ao descrever a vingança dos egeus sobre o fabuloso Minotauro. A partir de Evans as pesquisas de arqueólogos e historiadores comprovaram o poderio comercial da frota cretense, comandada pelo rei Minos, pelo qual se batizou tal civilização como Minóica.

A despeito da lenda homérica dos sacrifícios de virgens ao touro antropomórfico dos restos encontrados do extermínio da civilização cretense por um cataclismo natural, se descobriu uma organizada e evoluída civilização matriarcal que teria dado origem à Grega, portanto os precursores de toda a cultura ocidental.

Sem distinções sociais, adoravam a Deusa-Mãe. Segundo alguns pesquisadores, ali surgiram as primeiras práticas esportivas e atléticas entre os homens para deleite e distração das mulheres, responsáveis pela administração dos recursos econômicos obtidos tanto pelo comércio quanto pelo planejamento da produção agrícola, uma das primeiras da história da humanidade.

A transferência desta cultura pela Micênica (de Micenas, cidade grega), é o mais profundo marco histórico da substituição da Fêmea como possibilitadora da posteridade, pela administração masculina da prosperidade.

Analisando as pesquisas de Henry Morgan sobre a estrutura social dos índios iroqueses da América do Norte, Friedrich Engels conclui nesta transposição de poder entre os gêneros humanos As Origens da Família, da Propriedade Privada e do Estado, tais quais os conhecemos hoje. A dedução baseia-se na evidência de que a primeira propriedade privada tenha sido a Mulher quando, valendo-se de sua superioridade em força física, um homem pôs em prática a percepção de que confirmando sua individualidade em seus descendentes, estabeleceria vínculos de ascendência que lhe garantiriam supremacia sobre os demais.

É simples: na poligamia, natural ao matriarcado, a posteridade se garantiria à prole, independente de seus genitores que sequer eram capazes de reconhecer a paternidade entre os que se relacionavam com a mesma mulher. E aos filhos, apenas era possível reconhecer e se devotar a esta mãe. A partir da posse de uma mulher, obrigada a uma relação monogâmica, seus filhos passam a ser filhos de um único homem, ao qual se unirão pela prosperidade exclusiva daquele clã.

Deu certo: os patriarcas dos clãs garantiram a propriedade privada e impuseram a organização dos estados políticos, apoiados nos exércitos constituídos por seus filhos.

A hegemonia do sistema patriarcal se estende por toda a humanidade há tantos milênios que muitos questionam se alguma vez de fato ocorreu o matriarcado aventado por mitólogos desde as guerreiras amazonas, e se realmente se justificariam as reuniões dos Congressos Mundiais de Estudos Matriarcais (Luxemburgo, em 2003; e San Marcos, Texas, em 2005).

Por maiores as incredulidades, não só pelas conclusões antropológicas, mas também por descobertas arqueológicas, a predominância do matriarcado nas origens da humanidade se confirma. Muito antes de Simone de Beauvoir acusar na sublimação da mulher uma hipócrita manifestação de confirmação de poder machista, ou doentia degeneração psicológica (já que, sem dúvida, os homens também são lamentáveis vítimas do machismo), antigos habitantes da Áustria representavam as mulheres em estatuetas (de 24 a 25 mil anos atrás) onde não se moldavam olhos, nariz, boca, nem corpos de alguma sensual sinuosidade ou divinal conformação. Evidente que os atributos de sensualidade variam cronológica e geograficamente, mas as modelagens daqueles primitivos austríacos, muito anteriores aos germânicos, valorizavam fartos úberes e ventres, numa evidente evocação à fecundidade. À posteridade.

Mas é mesmo na história que se consubstancia a tese de Engels, confirmada pela substituição das Kalis, Pacha Mamas e Grandes-Mães pelos deuses supremos das religiões patriarcais politeístas, como o Zeus grego e o Júpiter romano; ou monoteístas como o Jeová ou Alá, Deus entre os cristãos, todos a sancionar o direito ao poder sobre a família, a propriedade e o estado.

Deu certo? Bem... A prosperidade nos levou à Lua, mas nossa sobrevivência ainda não independe da natureza.
O culto ao além, à vida após a morte em um hipotético céu ou paraíso extra-terreno do Deus patriarcal da prosperidade, na verdade vem tornando cada vez mais dúbias as possibilidades de nossa posteridade.

Ao deixar cair a bomba atômica, o B 29 Enola Gay derrubou muito mais do conceito de prosperidade da espécie contido nas religiões patriarcais, do que todas as páginas compostas por Nietzsche. Claro que não será por produzir um inferno a mais ou a menos que os crentes deixarão de repetir que são todos iguais perante Deus, desde que esse Deus garanta suas prósperas exclusividades, mas de toda forma o declínio da crença na sanção infernal aos pecados, vícios e vilezas humanas, iniciou-se com o genocídio em Hiroxima.

Fez-se preciso criar uma nova religião, mais próxima ao imediatismo das ansiedades e veleidades humanas, do que àquelas explicadas pelo Grande Inquisidor do conto de Dostoievski (reaproveitado pelo próprio autor em Irmãos Karamazov ), sobre a garantia ao pão oferecida pela Igreja.

A indústria de comunicações desenvolveu todo um arsenal tecnológico que superou a encomenda não só ofertando algum espírito à sovada realidade terrena, mas inclusive abolindo os temores do inferno. Para que esperar pela morte para usufruir das delícias do paraíso, se cada um pode ter o seu home-theater dentro de casa? E assim se removeu o cadáver do velho Deus que Nietzsche anunciou como morto, substituindo-o por um novo Deus: o Consumo.

As aflições dos devotos já não dependem de missas e confessionários, e sem quaisquer constrições e genuflexões se resolvem batendo pernas pelos corredores dos shoopings-centers.

É verdade que o deus-consumo não dirimiu a impunidade do crime de Hiroxima nem quaisquer dos outros tantos assiduamente praticados em nome da prosperidade dos grandes clãs do mundo contemporâneo, mas garante a cumplicidade de cada um dos habitantes do paraíso terrestre, pois ao homem desse novo deus, mais do que nunca, o que importa é a prosperidade e todo o resto que se lasque!

Nunca a prosperidade nos foi tão cara, tão desejada, tão ansiada e estoicamente perseguida e defendida. Mas também nunca tanto nos esquecemos da posteridade defendida pelas grandes-mães.

E como fica a Mulher? Como ficou a Mulher nesta remodelação do velho Deus em Deus do consumo nosso de cada dia?

Muito diferente! Na antiga religião patriarcal eram exaltadas como célula mater, responsáveis pelos provimentos comezinhos necessários ao cotidiano dos machos do clã. Tinham lá suas tarefas e seus lugares estabelecidos, invariavelmente dentro de casa. Às ruas e lugares mundanos reservavam-se às outras, aquelas já destinadas aos infernos por servirem aos prazeres dos machos, merecedores da complacência do Deus que, afinal, também era macho.

Hoje, inverteu-se a situação: as mulheres são formadas para oferecer prazer aos machos dentro de suas próprias casas, e aquelas, as outras, já não se destinam a inferno algum, pois assim como o céu ou o paraíso sabe-se que também o inferno é terreno. Se por omissão somos cúmplices do genocídio em Hiroxima ou do Sudão, e até das chacinas na favela mais próxima, só mesmo os diabos haverão de querê-las por meros trocados.

Coisificada, a mulher-produto preocupa-se quase exclusivamente em ser bela para justificar o escambo entre seu corpo ao prazer do macho, e a contrapartida de uma vida amena e próspera em consumos. Claro que haverão de desejar alguma independência e atividade econômica, afinal prosperidade nunca é demais! Mas se educam desde a primeira menstruação através de uma única consciência quanto ao papel a ser exercido em relação à posteridade: ter carteira de habilitação para conduzir os filhos às escolas que lhes ensinarão a serem igualmente prósperos, tanto ou preferivelmente mais de que seus genitores. Dessa forma, a mulher moderna deixou de cozinhar para o filho comer e crescer forte, mas continua contribuindo com o futuro... Dos seus, lógico! De quem mais haveria de ser?
E, assim, a felicidade é certa.

Mas no entorno, perifericamente ao clã, um monstro ruge. Ameaça e ataca. Ataca em assaltos à mão armada, ataca em seqüestros, em balas perdidas. Isso quando não, sem que se note e sequer se o perceba, o monstro se instale dentro do próprio paraíso de suas exclusivas prosperidades, imiscuindo-se e corrompendo a felicidade por dentro dos narizes dos filhos, por suas bocas, por suas veias.

Então já não somos mais cúmplices nem omissos. Então nos indignamos com a abjeção da realidade e chamamos a polícia! E queremos o presídio e a justiça! O esquadrão da morte, a ditadura e os justiceiros!
E culpamos o governo.

Mas já é tarde... Emma Goldman e Che Guevara bem avisaram que seria tarde, pois o que precisamos é do Homem Novo. Emma previu que para surgir esse homem, necessário promover uma revolução dentro de cada um. Necessário produzir em cada indivíduo uma revolução contra si mesmo, até que todos ou ao menos grande parte desta sociedade se responsabilize pela continuidade da espécie, pela posteridade.

Che reconheceu que se trata de uma luta difícil, mas nos exortou a sermos duros, intransigentes com nossos vícios, com nossas vaidades e mentiras. Sabia que teríamos de romper com falsos conceitos sobre nós mesmos, com os preconceitos aos nossos semelhantes. Mas também pediu que não perdêssemos a ternura de nos compreendermos, nos entendermos como frutos de uma história mal contada, uma história mal escrita, torta.

A história do individualismo da prosperidade baseada na mentira e no ridículo engodo de sermos uns melhores que outros, mais bem dotados, mais inteligentes. O ridículo engodo dos escolhidos que nos trouxe, a todos, às margens do extermínio.

A luz do Deus da prosperidade, seja nas velas das igrejas ou nos holofotes e néons dos shoopings, nos cega e ainda não conseguimos enxergar a proximidade do enorme abismo anunciado pelos cientistas quando advertem sobre o fim da vida nas águas, a exaustão das terras, o comprometimento dos ares, o assustador aquecimento e declínio biológico do planeta.

Já na Eco 92, no Rio de Janeiro, em seu discurso Fidel Castro alertou sermos uma espécie em via de extinção. Políticos e autoridades internacionais sorriram e descartaram suas palavras como mero alarmismo comunista, lembrando que a longevidade humana tem aumentado, e a progressividade da reprodução populacional se mantém em níveis suportáveis.

Não entenderam nada. Apenas os cientistas e ecólogos presentes assimilaram e concordaram com as razões contidas na advertência do cubano, que hoje toda a imprensa internacional e alguns governos mais sérios repetem.

No entanto, não serão os governos que garantirão a posteridade de nossa espécie, e sim o Homem Novo solicitado pela Ema Goldman no início do século passado e, depois, pelo Che Guevara.
Mas como desenvolver esse Homem Novo? Como educá-lo? Como formá-lo?

Para admiração dos observadores internacionais, em cinco anos o Brasil saiu de uma das maiores taxas de miserabilidade social e desemprego mundial para, pela primeira vez em sua história, alcançar uma média sócio/econômica. Já não somos um país de maioria em condições de subsistência, e hoje temos o mesmo número de famílias vivendo em condições de classe média, quanto temos de famílias em situação de pobreza.

Evidentemente seria ridículo querermos, por esta razão, tentar traçar qualquer relação com as equânimes sociedades escandinavas, ou mesmo com a dos Estados Unidos, aonde ocorre um movimento inverso ao nosso, também assombrando ao mundo pelo crescimento de sua pobreza. No entanto, há algumas questões que, por previdência, seria caso de levantarmos perguntando-nos qual classe média queremos para nossa posteridade?
A dos depressivos escandinavos que apesar de toda exuberante cultura de tão distantes tradições históricas, e a despeito de toda a cobertura nos mais mínimos atendimentos de serviços públicos, além de invejáveis condições de vida, são recordes mundiais em prática de suicídio?

Ou a da neurose da juventude norte-americana com suas constantes chacinas praticadas contra colegas de escola e vizinhos de bairro, destacando-se como maiores consumidores mundiais de drogas pesadas?

Muitos justificam o alto índice de suicídio entre suecos e finlandeses, pelo prolongado clima invernal. Caso de se perguntar como sobriveveram os antepassados lapônios? Mas, o que acontece com os norte-americanos, mesmo nos 40 graus de Los Angeles ou no calor do verão Nova-iorquino?

Apesar de toda a habilidade e disponibilidade tecnológica, é reconhecida a pouca cultura existencial, ou qualquer outra, daquela civilização onde a classe média é definida e designada como Maioria Silenciosa; mas daí a ficar louco!!!??

Sejam quais forem as razões da infelicidade promovida pela falácia da felicidade através da prosperidade desses povos, dão-nos o exemplo de que por mais sinceras que sejam as intenções e maiores os esforços de nosso governo, as conquistas até agora obtidas somente terão reais resultados positivos, se assumidas pela maioria dos integrantes de nossa sociedade.

Da classe média tradicional, incrustada em preconceitos e individualismos cristalizados por 500 anos de nossa triste história, pouco há a se esperar. Mas é importante lembrar que grande parte dessa mesma classe média, hoje tão especuladora, individualista e mesquinha, não é a mesma nem vive como seus pais ou avós, conforme canta o verso da música de Belchior.

Pais ou avós dessa classe média que, hoje, ansiosamente busca imitar modos e trejeitos de uma elite que sequer conhece, eram os emigrantes italianos, alemães, japoneses, árabes, que foram os bóias-frias, os sem-terras da primeira metade do século passado. Esses de hoje, imitam e querem ser os mesmos que foram os espoliadores de seus antepassados. Marginalizam os pobres desse início de século XXI, da mesma forma que no começo do anterior seus avós foram marginalizados como “carcamanos”, “turcos”, “chucrutes”, e “bodes do olho espichado”.

Não podemos permitir que a roda patine neste mesmo atrasismo do passado. Não temos mais tempo para isso, pois há um continente e um mundo a ser resgatado para o futuro.

Hoje temos oportunidade ainda maior do que aquela propiciada pela emigração européia, quando recebemos os primeiros ideais socialistas através dos emigrantes europeus, para mudar os rumos de nossa história. Hoje temos uma nova classe média, e de brasileiros mesmo.

Cabe-nos formar o Homem Novo. Mas para isso, é imprescindível o apóio e incentivo à superação feminina.
Não para a mulher querer superar o homem ou com ele concorrer, como ardilosamente a entusiasmaram os capitalistas que viram nos anseios feministas dos anos 60/70, uma forma de explorar, por baixo custo, a boa vontade profissional de mulheres que tiveram suas sensibilidades atrofiadas, masculizando-se.

A essência da mulher é a feminilidade e exatamente esse é o elemento mais necessário para si mesma, tanto quanto para promover o Homem Novo. É a essencial feminilidade da mulher que impulsionará o homem a encontro de seu significado perdido.

Mas a mulher terá de superar-se a si mesma, para também reencontrar a autoconfiança reprimida pelo Deus da morte que negava o paraíso aos seus naturais instintos e sensualidade, ou resgatar a naturalidade desses instintos, perdida para os mercadores de almas às quinquilharias do Deus do consumo.

Por muitos milênios os deuses da prosperidade cozinharam a alma feminina promovendo um inferno no interior de si mesma. Para abrandar o calor das chamas desse inferno, gerações de mulheres abafaram o ardor da feminilidade, já despercebidas de terem em si a temperatura necessária e exata para o molde que garanta a posteridade da espécie.

A posteridade de uma sociedade que só será nova quando o Homem for Novo. E quem incentivará esse Homem para revolucionar-se a si mesmo, para enfrentar-se com a dureza necessária contra as mentiras e preconceitos que lhe foram arraigados, ao mesmo tempo ensinando-lhe a manter a ternura para compreender-se e compreender seus semelhantes, não será nenhum deus, herói, líder ou governo. Quem libertará o Homem Novo dos velhos engodos, só poderá ser sua noiva, sua irmã, a filha, a mãe, a companheira.
A Mulher Nova.

Raul Longo - Colaborador dos Grupos-Ambiente.




Adicionado em 09/junho/2010 :

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