domingo, 13 de outubro de 2013

ABAIXO-ASSINADO PARA ABORTAR O PROJETO DE EXTRAÇÃO DE PETRÓLEO DO PRÉ-SAL - "....A fim de não perdermos os bilhões de reais até o momento investidos, sugiro que a extração do petróleo seja feita unicamente pela Petrobrás, gradativamente, até o ponto em que os lucros recuperem o capital investido e que deixemos, precavidamente, que as gerações futuras decidam se continuam explorando, ou não...." - Problema similar está ocorrendo no Equador, com ambientalistas de todo o mundo lutando contra o projeto do presidente de estabelecer empresas de extração de petróleo no Parque Natural de Yasuní

Grupo-Ambiente relacionado :
Visite e participe com sua conta do Google !!   


Este Abaixo-Assinado é uma cópia, com acréscimos e melhorias, do original que está em Change.org


Poucos dias antes da IV Conferência Nacional do Meio
Ambiente, que foca o tema Resíduos Sólidos, é oferecida
uma proposta da adoção nas documentações das
Políticas Nacionais dos Resíduos Sólidos, do
conceito de Resíduos Antrópicos, incluindo os sólidos,
os líquidos, os gasosos e os eletro-magnéticos.
Com esta visão mais abrangente, além dos plásticos
e outros materiais sólidos provenientes do petróleo,
considerar-se-iam como resíduos antrópicos
gasosos as emissões de gás carbônico provenientes,
também, do petróleo, das queimadas e das indústrias
subjacentes para a geração e o consumo de eletricidade.
É inteligente, coerente e sustentável um modelo de
desenvolvimento que deseja crescer
desmesurada e aceleradamente, sob a justificativa
de que é necessário e urgente a conquista de garantias
de melhores condições de vida aos habitantes
do planeta ? Logicamente que não. É realmente
coerente, sustentável e inteligente a adoção de um
crescimento econômico ponderado e justo, além
do crescimento ético nas relações sociais.
Uma paralisação nas concessões de extração do Pré-Sal
por companhias estrangeiras e uma limitação
das extrações operadas pela Petrobrás,
seria uma nobre atitude do governo e do povo
 brasileiro em defesa das futuras gerações.


NÃO À EXPLORAÇÃO DO PETRÓLEO DO PRÉ-SAL - É LOUCURA ?....    


Adicionado em 15/outubro/2014 :

"Em plena campanha eleitoral para presidente, no segundo turno, Dilma e Aécio : "Ainda há tempo para proporem uma solução coerente quanto à continuidade da exploração do Pré-Sal. Certamente não o farão, mas fica aqui registrado que serão os co-responsáveis pelo arrependimento dos brasileiros futuros, anciãos e anciãs, por estarem contribuindo para um Brasil e um planeta mais poluído, mais quente, com mais desastres e desequilíbrios naturais e com muita falta de água aos seus filhos, netos e outras seguintes gerações"






Em outubro/2013 :



À presidente Dilma Rousseff e a todos os brasileiros e brasileiras,

(Obs : o direcionamento à sociedade brasileira é um reconhecimento e uma demonstração de sua atual capacidade de decisão democrática)

No momento em que principio a redigir este Abaixo-Assinado, na verdade um instrumento para o inicio de uma ampliação em minha e em nossa consciência ambiental e social, estou sentindo vergonha por somente agora entender por completo que a exploração do Pré-Sal é um grande ato de insustentabilidade e de desrespeito aos futuros brasileiros e habitantes do planeta.
Esta tardia tomada de consciência foi disparada pelo professor Igor Fuser, da Universidade Federal do ABC, em seu artigo sobre as recentes notícias sobre o impasse entre ambientalistas e o presidente do Equador, Rafael Correa, pela sua proposta de aprovar a exploração petrolífera no Parque Natural de Yasuní : http://ambientesocial-blog.blogspot.com.br/2013/10/ambientalismo-radical-ou-consciencia.html
Fuser, teve o mérito de alertar os ambientalistas, os ecologistas e todos os amantes da natureza, - e quem não é hoje em dia ? - que é necessário COERÊNCIA : Se falamos e buscamos desenvolvimento sustentável, precisamos ser coerentes com este princípio, inclusive nas oportunidades de enriquecimento econômico dos brasileiros. Creio que o "tesouro" do Pré-Sal obstruiu nossa capacidade de discernimento do que é certo e do que é errado, bem como do próprio entendimento do conceito de sustentabilidade. Será que em tudo podemos ser "sustentáveis", menos nos projetos que nos enriquecerão mais ?....
A fim de não perdermos os bilhões de reais até o momento investidos, sugiro que a extração do petróleo seja feita unicamente pela Petrobrás, gradativamente, até o ponto em que os lucros recuperem o capital investido e que deixemos, precavidamente, que as gerações futuras decidam se continuam explorando, ou não. No momento, se aumentarmos as bilhões de toneladas de CO2 jogadas na atmosfera de todo o planeta, provindas da queima de "nosso tesouro de energia fóssil", o risco de estarmos contribuindo para a morte de também bilhões de vidas e o insucesso econômico de nossos filhos e netos, é altíssimo.
Senhora presidente Dilma e compatriotas : Vamos desejar encher nossos bolsos, - ou melhor, os bolsos das grandes empresas nacionais e dos poderosos grupos econômicos internacionais, - ou vamos preferir dormir em paz, com dignidade e alegria, sabendo que tomamos a decisão correta e coerente de preservar verdadeiramente um meio ambiente saudável para nossos descendentes, além de propiciar melhores condições econômicas futuras?.... 
Parece sensacionalismo, extremismo, fundamentalismo, como nomeia o professor Igor ?....Não é !!
É coerência, como o próprio professor sugere. É os brasileiros não se comportarem como novos sitiantes e fazendeiros em ascensão, que se defendem quando desmatam irregularmente, dizendo : "Os que hoje estão ricos puderam desmatar no passado e não é justo que agora não podemos nós, necessitados que somos de crescer economicamente". Consciente ou inconscientemente, os brasileiros pensam desta forma : "Se outros países já se enriqueceram com o petróleo, porque não podemos nós, agora" ?
Na verdade, este problema remete aos compromissos sempre protelados entre as nações do mundo para diminuírem as emissões de CO2. Mas como diminuir as emissão de dióxido de carbono, se o aumento da oferta de combustíveis fósseis irá pressionar o seu consumo ? Impossível. Portanto, as nações devem não meramente se comprometerem a reduzir suas emissões, mas promoverem meios eficazes para isso. Então, aqueles que ainda estão contra os argumentos deste abaixo assinado, dirão : "O que é justo não é as nações menos ricas, como o Brasil, deixarem de se enriquecer (?) mantendo intactas as suas reservas petrolíferas, mas é justo que os países que já se desenvolveram economicamente com o petróleo diminuam as suas extrações até ao ponto das capacidades de extração do Pré-Sal. Desta forma, poderemos extrair o petróleo equivalente". E estarão corretos !! Esta estratégia só será validada se as metas de diminuição nas emissões de CO2, e outros gases estufa, estiverem no patamar indicado pelos cientistas, bem como a sua aplicação ao longo do tempo.  Porém, vamos cair na real : isso vai acontecer ?....Não. Nem os países mais ricos irão diminuir as suas extrações e nem haverá acordo internacional eficiente e em tempo hábil. A não ser que, talvez, o Brasil e outros países que ainda não ficaram mais ricos com o petróleo, pressionem os grandes e ricos produtores de petróleo a diminuírem as suas extrações. E só há um meio de tentar pressionar : deixando intactas nossas reservas. E que, se esta pressão não der certo e que se eles se enriquecerem ainda mais com o aumento no preço do barril, que o seja. Pelo menos, nós, os brasileiros, não estaremos nos enriquecendo sujando nossas mãos com sangue e nossas consciências com culpas. Há muitas outras formas de crescimento econômico e de obtenção de energia !!
Desenvolvimento econômico a todo e qualquer custo justifica a busca do"bem viver" expressada em "todos terem dentistas e transportes públicos baratos e eficientes", além de outras comodidades tecnológicas ? De que adianta argumentar que os habitantes do planeta precisam de bons médicos e dentistas, além dos modernos meios de tratamento, para não morrerem - e com isto tentar justificar o desenvolvimento insustentável - se estamos preparando a morte futura de nossos descendentes e consequências desastrosas e irreversíveis no meio ambiente ? Não é esta uma atitude impensada, para não dizer contraditória e desinteligente ?....Sobre este ponto de vista, leia mais em : DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO INSUSTENTÁVEL

Ainda acha que a educação das crianças e jovens brasileiros merece ser melhorada à custa de uma riqueza suja, enegrecida, que polui, que aquece o planeta, que provoca mais desastres, que faz secar rios, nascentes e subir o nível dos mares, que mata milhares de vidas e extingue centenas de espécies ? Considera que quando os estudantes tomarem consciência disto aprovarão os recursos de hoyalties que lhes estão sendo direcionados com o intuito de lograrem a aprovação dos seus pais ?....Há outras fontes de energias limpas e outros recursos financeiros para proverem reformas e melhorias na educação, que certamente serão da preferência de todos os estudantes.
E, finalmente, assina ?....Ou ainda está considerando desistir do Pré-Sal uma loucura ?....Tenho plena certeza que muitos me considerarão um louco no presente, mas também sei, com certeza, que milhares acordarão para esta nova realidade, e que nossos filhos, netos e bisnetos elogiarão a todas as brasileiras e brasileiros que assinarem este Abaixo-Assinado, bem como a senhora, presidente Dilma Rousseff !!
Em 14/out/2013 - Luiz A. V. Spinola


Notícias recentes sobre o aquecimento global :

Novo relatório parcial do IPCC - Outubro/2013

Aos céticos militantes e aos duvidosos em relação ao aquecimento global promovido pelos seres humanos (antropogênico).... : Conhece o princípio da precaução ? Ele diz : "na dúvida, adote medidas de precaução". Se interesses econômicos corporativos ou científicos pessoais colocam em dúvida as conclusões de centenas de cientistas, pode continuar duvidando, mas adote o princípio da precaução !! Um exemplo muito simples : Você precisa ir à padaria comprar pão. O tempo está muito nublado e há sinais de possibilidades de chuva nos próximos minutos. Adianta ficar discutindo com outros familiares, uns contra e outros a favor, se vai chover ou não ? Não adianta. O melhor e mais prudente que se tem a fazer é pegar o guarda-chuva e ir à padaria. Compreende ?....É muito simples !! Nesta postagem, há uma citação do princípio da precaução O AQUECIMENTO GLOBAL É CAUSADO PELOS HUMANOS E esta próxima publicação esclarece por completo o princípio da precaução diante de possíveis problemas ambientais e os que ameaçam a sobrevivência e a saúde humanas : OS FUNDAMENTOS DO PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO

AQUECIMENTO PLANETÁRIO - De I a V - Esta série de artigos, em uma só página, é mais uma interessante proposta que analisa mais 4 outras causas que promoveriam o aquecimento planetário, além dos gases de efeito estufa. Também cita, no final, 3 possíveis causas que concorreriam com o arrefecimento global. Enfim, a temperatura média global, ou planetária, seria uma resultante de vários fatores. De qualquer forma, o princípio da precaução deve prevalecer.


Abaixo-Assinados e protestos até 14/10/2013 contra o leilão de parte do Pré-Sal, marcado para 21/10 :

  1. Abaixo-assinado O Pré-sal é do Rio de Janeiro - Sou contra a ... 

    www.peticaopublica.com.br/?pi=presalrj

    À Exma Senhora Presidente da República Federativa do Brasil Dilma Rousseff. Eu queabaixo assino, sou brasileiro residente, devidamente identificado e ...

  2. Abaixo-assinado "EDUCAÇÃO 10": 10% DO PIB E 50% DO FUNDO ... 

    www.peticaopublica.com.br/?pi=une10

    Abaixo-assinado "EDUCAÇÃO 10": 10% DO PIB E 50% DO FUNDO SOCIAL DOPRÉ-SAL PARA A EDUCAÇÃO. Para:Congresso Nacional do Brasil. Nós, que ...

  3. Abaixo-assinado: O Pré-Sal é do Rio de Janeiro - Vereador ... 

    eduardomoura.com.br/pre-sal-rio-de-janeiro-abaixo-assinado/

    Pré-Sal é nosso. Assumimos o ônus, mas, não abrimos mão do bônus. Vista esta camisa participando deste abaixo-assinado contra ao regime de partilha, ...

  4. Mulheres pedem suspensão de leilão do pré-sal e novos atos são ... 

    www.radioagencianp.com.br/11997-mulheres-pedem-suspensao-de-leila...

    4 dias atrás - Mulheres pedem suspensão de leilão do pré-sal e novos atos são convocados ... mobilização nacional contra o leilão do Campo de Libra do pré-sal, na Bacia ... Em abaixo-assinado divulgado nesta semana, um coletivo de ...


    Notícias até 14/10 sobre protestos e mobilização nacional contra o leilão do campo de Libra, marcado para 21/10/2013 :
    1. Estadão ‎- 4 dias atrás
      Petroleiros podem entrar em greve contra leilão do pré-sal ... em protesto contra a realização do primeiro leilão de petróleo sob o regime de ...

    1. Protesto contra o leilão do pré-sal em Santa Catarina 

      www.sindipetroprsc.org.br/.../1872-protesto-contra-o-leilão-do-pré-sal-e...

      3 dias atrás - p>Cresce a cada dia as mobilizações contra os leilões do petróleo. Nesta sexta (11), petroleiros e movimentos sociais fizeram um ato na Boca ...

    2. Em protesto contra leilão do pré-sal, petroleiros do PR fazem ... 

      www.gazetadopovo.com.br/economia/conteudo.phtml?id=1413580

      02/10/2013 - Em protesto contra o leilão do campo de Libra na área do pré-sal, que deve acontecer no próximo dia 21, movimentos e sindicatos ligados aos ...

    3. RJ: protesto contra royalties do pré-sal bloqueia BR-101 - Terra Brasil 

      noticias.terra.com.br/.../rj-protesto-contra-royalties-do-pre-sal-bloqueia-b...

      11/03/2010 - Manifestantes bloquearam um trecho da BR-101 no Rio de Janeiro. A concessionária que administra o segmento norte da estrada, que vai da ...


    FÓRUM "DEMOCRACIA PLENA JÁ"
    Crie o Fórum que você considera que ajudará a mudar o Brasil !!

    Com participação nacional



    HALL DE ENTRADA DOS GRUPOS-AMBIENTE - PARTICIPE !! 
    Os Grupos-Ambiente segmentam os assuntos dos diversos ramos
    do conhecimento para incentivar a participação e facilitar o acesso
    de pesquisadores


    HALL DE ENTRADA DOS BLOGS-AMBIENTE  - VISITE e COMENTE !!
    Um blog relacionado a cada grupo para conter as melhores postagens !! 


    LISTA ATUALIZADA DOS GRUPOS E BLOGS-AMBIENTE
    Cadastre o seu email nos grupos que mais gostar !! E participe !!


    AMBIENTE PREVISÕES SOL-TERRA
    Ensaios de previsões muito antecipadas de eventos severos, de terremotos
    e de erupções vulcânicas - Inédita pesquisa sobre o magnetismo solar !!


    CONTRIBUIÇÕES TRANSPARENTES
    Participe nos Blogs e Grupos-Ambiente colaborando financeiramente com
    seus colaboradores e projetos. Desta forma você também ajuda a
    CONSTRUIR UMA NOVA HUMANIDADE !!


    Contato
    Email, endereço, telefones atualizados 

    ==================================================

    COMENTE A FAVOR OU CONTRA, ABAIXO, E DEIXE A SUA OPINIÃO PARA A HISTÓRIA !!

    AMBIENTALISMO RADICAL OU CONSCIÊNCIA SISTÊMICA ? - Você é contra ou a favor ? : Agora o Pré-Sal em questão - "Fundamentalismo ambiental põe em risco o desenvolvimento do Equador" - Por Igor Fusor - Com comentários de Tania Pacheco - "....Uma feroz disputa política agita o Equador e suscita debates pelo mundo afora. A polêmica tem como foco o Parque Natural de Yasuní, que o presidente equatoriano Rafael Correa decidiu recentemente abrir para a exploração petroleira. A questão foi submetida à votação da Assembleia Nacional, em Quito, nesta quinta-feira, 3 de outubro, quando a posição de Correa foi referendada por 108 votos a 25, em meio a protestos de entidades ambientalistas dentro e fora do Equador...." - As entidades ambientalistas do Equador e do mundo dão um exemplo às do Brasil

    Grupo-Ambiente relacionado :
    Visite e participe com sua conta do Google !!   



    Mensagem encaminhada  -  De: Tania Pacheco   -  12 de outubro de 2013 



    Comentário de Tania Pacheco :

    Socializando um artigo que não postarei no blog e não ouso qualificar, pois defende não só a exploração em Yasuni, (no Equador), como a estrada cortando Tipnis, contra os 'fundamentalistas ambientais'. 

    Brechtianamente, antecipo o parágrafo final, para que ninguém tenha ilusões a respeito:

    "...O que realmente não faz qualquer sentido é deixar o petróleo debaixo da terra em nome de uma ideia romântica de “impacto ambiental zero”. Quem defende essa posição deveria também, por coerência, ter a coragem de propor que o Brasil desista do pré-sal, em nome do combate ao efeito estufa e à poluição do mar. Alguém é a favor?" - Professor Igor Fuser



    Comentário do encaminhador final : 

    Bem lembrado professor Igor Fuser !! Você está correto quanto à coerência. Grande contribuição. Não precisa ter muita coragem para, por exemplo, fazer um Abaixo-Assinado contra o Pré-Sal. Basta ter consciência sistêmica e coerência, como o Sr. declarou" !!....Vamos criar um Abaixo-Assinado !!

    Luiz Spinola


    Fonte
    http://www.cartamaior.com.br/includes/controller.cfm?cm_conteudo_id=29162

    Fundamentalismo ambiental põe em risco o desenvolvimento do Equador



    Igor Fuser
    Arquivo








    Uma feroz disputa política agita o Equador e suscita debates pelo mundo afora. A polêmica tem como foco o Parque Natural de Yasuní, que o presidente equatoriano Rafael Correa decidiu recentemente abrir para a exploração petroleira. A questão foi submetida à votação da Assembleia Nacional, em Quito, nesta quinta-feira, 3 de outubro, quando a posição de Correa foi referendada por 108 votos a 25, em meio a protestos de entidades ambientalistas dentro e fora do Equador. Junto com o futuro desse parque amazônico – uma das principais reservas de biodiversidade do planeta – está em jogo uma questão muito cara a todos os partidários da ideia de um “outro mundo possível”: quando os ideais da preservação ambiental entram em choque com as necessidades humanas da sobrevivência, dignidade e bem-estar, qual dos dois lados deve prevalecer?

    Em teoria, esse conflito não deveria existir. Afinal, os trabalhadores explorados pelo capitalismo são os maiores prejudicados pela devastação da natureza e pela atual catástrofe climática, causada justamente pela febre da acumulação incessante de capital. Ambientalistas e socialistas marcharam juntos nos encarniçados embates contra as principais instituições do capitalismo global, na virada do século, quando chegaram a impedir a realização de uma reunião da Organização Mundial do Comércio, em Seattle (EUA). Na América do Sul, essa aliança esteve presente na formação de governos populares, na Bolívia (2006) e no Equador (2007), que adotaram entre seus princípios o conceito indígena do “bem viver”. Por essa expressão, um tanto imprecisa, entendia-se a valorização da existência humana em um plano que vai além do consumismo contemporâneo e inclui a busca do equilíbrio com a natureza.

    Na sua atuação prática, esses dois governos de esquerda logo se depararam com escolhas difíceis que trouxeram à tona interpretações divergentes sobre o “bem viver”. Na Bolívia, o presidente Evo Morales enfrentou em 2011 a duríssima resistência de organizações indígenas e ambientalistas que, com forte apoio no exterior, tentaram bloquear o projeto de construção de uma rodovia atravessando a reserva indígena conhecida pela sigla Tipnis (Território Indígena e Parque Nacional Isiboro Secure). Marchas e protestos sacudiram o país durante meses. Morales defendia a obra como indispensável para superar o isolamento econômico de uma enorme região (a província do Bení) e incrementar a presença dos serviços públicos na Amazônia boliviana. O impasse só se resolveu quando, consultados em referendo, os habitantes nativos do Tipnis se manifestaram, na sua maioria, a favor da estrada.


    Extrativismo a serviço das políticas sociais

    O Equador enfrenta um conflito semelhante. Desde sua instalação, o governo de Correa tem apresentado um desempenho extraordinário no campo social, com significativa redução da pobreza e melhoria dos indicadores de saúde, emprego e educação. Mas esses avanços se devem, em grande medida, à manutenção de um modelo econômico extrativista, com ênfase na exploração de minérios e do petróleo, exportados na condição de commodities para os países industrializados. São essas receitas que financiam as políticas sociais e impulsionam o crescimento da economia.

    Nesse contexto deve ser entendido o impasse em torno da exploração petroleira na Amazônia. Com 982 mil hectares, o Parque Yasuní abriga uma imensa variedade de espécies vegetais e animais, além de ser habitado por várias etnias indígenas, entre elas dois povos, os tagaeri e os taromenane, que vivem em isolamento, por vontade própria. No subsolo do parque, repousam 900 milhões de barris de petróleo, o equivalente a 25% das reservas equatorianas.

    O Equador é um país muito pobre, carente de dinheiro para a construção de escolas, hospitais, estradas, moradias populares. Não pode se dar o luxo de renunciar à exploração dos seus recursos naturais. Dificilmente Correa escaparia, portanto, de adotar medidas para o aproveitamento do petróleo de Yasuní. De outra forma, deixaria de cumprir seu compromisso com o desenvolvimento econômico e social do país – uma falta que lhe seria impiedosamente cobrada pela oposição direitista. O Equador é uma democracia, não se pode esquecer, e jamais, em país algum, o ecologismo radical conseguiu os votos da maioria do eleitorado.

    Ainda assim, e com sua equipe de governo dividida entre defensores e adversários da extração petroleira em Yasuní, o presidente lançou, em 2008, uma audaciosa proposta ao mundo: manter o petróleo do parque debaixo da terra, intocado, em troca de uma compensação financeira, pela comunidade internacional, de US$ 3,6 bilhões, equivalente à metade da receita que o país perderia ao abrir mão desse recurso.


    Campanha de desmoralização, sem argumentos concretos

    A Iniciativa Yasuní, como foi denominada, fracassou totalmente, por falta de doadores. Em cinco anos de peregrinação pelas capitais do “Primeiro Mundo”, os emissários equatorianos arrecadaram menos de 1% da quantia pretendida. Diante desse resultado, Correa anunciou, em agosto deste ano, o que chamou de “Plano B”, entregando os blocos petrolíferos de Yasuní à estatal Petroecuador, que buscará parceria com empresas internacionais (de preferência, chinesas) para dar início ao projeto de extração.

    De herói ecológico, Correa passou a ser tratado como um inimigo da natureza. Os ambientalistas – equatorianos e estrangeiros – deflagraram uma campanha de desmoralização do presidente equatoriano, sem apresentar qualquer alternativa exceto a de deixar o petróleo sob o solo, em um país onde mais da metade da população sofre pela inexistência de saneamento básico.

    Os detratores de Correa desprezam, propositalmente, o fato de que o projeto petroleiro do Yasuní prevê impacto direto apenas em uma ínfima parcela do parque – um milésimo da área total, segundo o governo. As normas estabelecidas, e aprovadas pela Assembleia Nacional, proíbem a construção de estradas nos marcos do projeto. O material de construção será transportado de helicóptero ou pelas vias fluviais existentes, e os oleodutos para o escoamento da produção ficarão enterrados. Para evitar contaminação do solo, a água e o petróleo serão utilizados em circuitos fechados, sem contato com o ambiente externo. Técnicas modernas de perfuração horizontal reduzirão a quantidade de torres petrolíferas. As regiões onde vivem os índios isolados foram declaradas intangíveis – os trabalhos serão imediatamente interrompidos em caso de algum contato com essas populações.

    Mas os opositores do projeto se mantêm intransigentes na sua desconfiança, quando prestariam um serviço melhor à causa ecológica se empenhando em reforçar as garantias de que a exploração será conduzida de forma responsável, com o cumprimento das promessas do governo. Difundem um discurso de ceticismo absoluto, sem apresentar motivos que justifiquem tal postura. Denunciam o barulho dos helicópteros como ameaça ecológica (estressaria os pássaros e assustaria os índios). O alarmismo reina na blogosfera: “vão destruir o parque”, “milhares de espécies serão extintas”...

    Os acusadores mais afoitos chegam a listar o nome de Correa entre os vilões do aquecimento global, desconsiderando a obviedade de que não é a extração de petróleo que causa o agravamento do efeito estufa, e sim o seu consumo – da mesma maneira que os plantadores de coca das regiões andinas não podem ser culpados pelos problemas de saúde dos viciados em cocaína ou em crack.


    “Viver bem” só é possível com o desenvolvimento

    Há muito de oportunismo político, evidentemente, na ofensiva contra o presidente equatoriano, mas o importante a assinalar aqui é o grave equívoco que se comete ao apresentar o desenvolvimento e a sustentabilidade ambiental como objetivos incompatíveis. Na raiz desse erro, encontra-se a concepção fundamentalista de que a natureza é “sagrada”. Assim, sua proteção é erigida em valor supremo, acima das necessidades humanas.

    Na realidade, a busca do “bem viver” se articula com demandas muito concretas, que dependem de dinheiro público para serem atendidas. Viver bem pressupõe dentistas, luz elétrica, mobilidade. Ninguém quer ver os filhos morrerem por falta de atendimento médico ou rejeita o aumento da expectativa de vida que só é possível com o acesso aos benefícios da civilização moderna.  O desenvolvimento é um pré-requisito para a melhoria das condições de vida e também para que se possam adotar políticas ambientais efetivamente sustentáveis.

    A extração do petróleo do Yasuní gerará recursos preciosos para que o Equador possa enfrentar seus problemas econômicos e sociais. Mas não resolverá – e nisso os críticos de Correa têm razão – o desafio de superar os limites do extrativismo (assim como a renúncia a esse projeto estaria longe de trazer qualquer progresso no rumo de uma economia mais diversificada). O governo equatoriano argumenta que a exploração dos recursos naturais é o único caminho para viabilizar a transição para uma economia avançada, com ênfase na industrialização. A conferir.

    O que realmente não faz qualquer sentido é deixar o petróleo debaixo da terra em nome de uma ideia romântica de “impacto ambiental zero”. Quem defende essa posição deveria também, por coerência, ter a coragem de propor que o Brasil desista do pré-sal, em nome do combate ao efeito estufa e à poluição do mar. Alguém é a favor?


    (*) Igor Fuser é professor na Universidade Federal do ABC (UFABC), doutor em Ciência Política pela USP e autor do livro “Energia e Relações Internacionais” (Editora Saraiva, 2013)



    Combate Racismo Ambiental

    "A vida consiste em escolher entre indignos e indignados. 
    Eu sempre estive com os indignados". Eduardo Galeano









    HALL DE ENTRADA DOS GRUPOS-AMBIENTE - PARTICIPE !! 
    Os Grupos-Ambiente segmentam os assuntos dos diversos ramos
    do conhecimento para incentivar a participação e facilitar o acesso
    de pesquisadores


    HALL DE ENTRADA DOS BLOGS-AMBIENTE  - VISITE e COMENTE !!
    Um blog relacionado a cada grupo para conter as melhores postagens !! 


    LISTA ATUALIZADA DOS GRUPOS E BLOGS-AMBIENTE
    Cadastre o seu email nos grupos que mais gostar !! E participe !!


    AMBIENTE PREVISÕES SOL-TERRA
    Ensaios de previsões muito antecipadas de eventos severos, de terremotos
    e de erupções vulcânicas - Inédita pesquisa sobre o magnetismo solar !!


    CONTRIBUIÇÕES TRANSPARENTES
    Participe nos Blogs e Grupos-Ambiente colaborando financeiramente com
    seus colaboradores e projetos. Desta forma você também ajuda a
    CONSTRUIR UMA NOVA HUMANIDADE !!


    Contato
    Email, endereço, telefones atualizados 
    ==================================================